Tirada de bola da área: Lateral 2, Francisley; Goleiro Klowsbey e Eu no cabeceio
Meu
propósito não é expor toda minha vida, mas fazer algumas menções
sobre a caminhada de um zagueiro que serviu o futebol de Tarauacá e
que fez história no futebol do Acre. A ideia é disponibilizar na internet para pesquisa e divulgação.
A
origem
Nascido no seringal Itamaraty, Rio Murú, Tarauacá, 40 anos,
filho de José Neri e Joana Paiva, casado há 20 anos com Joelma
Catão, dois filhos, Maria de Lourdes Catão Neri e Luiz Caetano
Catão Neri. Graduado em Educação Física pela UFAC, Pós-Graduado
em Gestão Pública, Professor de Educação Física, compôs as
seleções de futsal, futebol e vôlei de Tarauacá.
Nos
seringais não existiam Escolas de ensino regular, razão pela qual,
meus pais, resolveram, em 1976, vender suas terras e se transferir
para a cidade. O objetivo era nos colocar numa escola e iniciar uma
nova vida, um futuro melhor.
O
futebol na infância
Ao
chegarmos na cidade, moramos no bairro Senador Pompeu, praia, com 7
anos fui matriculado na Escola Omar Sabino de Paula, iniciava ali um
novo tempo de aprendizado sistematizado, ao tempo que aprendia,
também fazia novas amizades com crianças e adolescentes da cidade.
Incentivado
pelo meu pai (que amarrava uma bola numa corda na sala de casa para
que eu ao chutar ela voltasse) desde cedo sempre gostei de esporte,
principalmente, o futebol. Até a metade da segunda década de vida,
jogava muito no quintal de casa com meu irmão Jâmisson Neri, hoje
com família em Plácido de Castro, com a rapaziada do bairro, na rua
mesmo com trave de tijolos, nas praias, nos campos e na quadra da fogás (hoje, posto Maria da Luz), com amigos da
época, entre muitos destaco: Nena Gomes, Juvenal Correia, Tabele, Nonatin Mandico, Natalino, Cairara, Velho Lima,
Pedro e Zequinha Ferreira, Laildo e Nilson Amorim, Chiquin "Buchudo",
Buriti, Zé Puruca, Jâmisson Neri, Altemar Neri, e, além é claro, o mestre Ludgério Bonfim, treinador da nossa equipe Juvenil
da Praia, que aos sábados no “Peladão”, jogava contra o
Botafogo do Albanir Morais, Adir e Neto Moura. Quem lê, lembra, e
sabe a que me refiro. Foi um tempo divertido, alegre e de aprendizado.
Na
adolescência, morando no mesmo bairro, as amizades foram ampliando,
portas estavam se abrindo, iniciava novas possibilidades de mudança.
Participação
nos clubes
Aos
14 anos de idade iniciei a participação nos campeonatos de futebol de
Tarauacá, naquela época era realizado no “PELADÃO”, hoje
Cohab. As equipes pelas quais defendi foram: LONDRINA (1986/1987),
fundado pelo meu Pai; CURITIBA(1988/1989), convidado pelo Célio
Acioly, Zé anão e Neto Viana; VASCO DA GAMA(1989/1990), convidado pelos amigos Adir, Pinheiro e Pelezinho; CRUZEIRO(1991), nesse ano participei
somente do torneio início; AC Juventus (1991), convidado pelo Prof.
Gualter Craveiro; RIO BRANCO FC (1992); LONDRINA (1993) convidado pelo Marcão; VERONA (1994); AC JUVENTUS (1995/1996); aí vem novamente
VERONA, CRUZEIRO, VERONA(2007), CRUZEIRO(2008) e PRAIA (2009).
A
partir de 1989, com 17 anos, fui revelação no campeonato e
posteriormente convocado para Intermunicipal de seleções (naquela
época fazer parte da seleção era desejo de todos os garotos).
O
tempo passava, fui crescendo, aprendendo e sendo valorizado no que
mais sabia fazer, jogar futebol. Em 1991, fui convidado para jogar no
Juventus, uma equipe profissional de Rio Branco, pelo Juventus participei do
campeonato estadual de futebol e da Copa do Brasil. Naquela época, jogar em Rio Branco e
por uma grande equipe era o desejo e um desafio. Era técnico, o
Professor Júlio D’Anzecout (já falecido), auxiliar, Professor Gualter
Craveiro, aos quais tenho grande respeito e carinho.
Títulos
em Campeonatos
- Campeão Municipal de Tarauacá de Futsal e Futebol por várias
equipes da cidade;
-
Campeão Acreano de Futebol Júnior (Rio Branco – 1992);
-
Campeão Acreano de Futebol Profissional (Rio Branco – 1992);
-
Bi-Campeão Acreano de Futebol Profissional (Juventus - 1995 e 1996);
- Campeão Municipal de Futebol de Feijó (Flamengo - 2009);
- Campeão Municipal de Futebol de Feijó (Flamengo - 2009);
O
teste no Santos
Em
1991, fui considerado o melhor zagueiro do campeonato acreano, o
destaque. Logo em seguida, o técnico do Rio Branco de outro Estado, Toninho Silva, me
convidou pra passar dois meses no Santos Futebol Clube, fazendo
teste, aceitei de imediato. Sair do Acre, um Estado pequeno, pouco conhecido naquela época, e
jogar no Santos, não era fácil, as dificuldades eram grandes. Na Vila
Belmiro existia atletas de todos os Estados brasileiro. O Acre era muito discriminado, diferente do que é hoje.
Conclusão
Diante
de tantas coisas acontecendo muitas vezes me emocionava. Não
pelo fato de ter sido avaliado pela crítica esportiva como o melhor zagueiro ou
ter feito um teste no Santos, mas pelo contexto histórico de vida.
Nessas
circunstâncias, vivendo um bom momento, era um pouco do que esperava
pela frente, estava vivendo situações de alegria, felicidade pelas
conquista vindas tão rápido.
Por
fim, falar de sua própria vida, muitas vezes torna-se complexo e nos
remete a uma ideia de invasão de privacidade. Gostaria muito de
partilhar e tornar público parte da minha trajetória como atleta,
para que gerações futuras possam conhecer a história de um certo
zagueiro camisa 3, de Tarauacá, chamado Josman Neri.
Em breve acervo fotográfico de vários momentos
editando....