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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Jesus Orou Sem Cessar


 

Qualquer leitura dos Evangelhos deixa muito clara a prática constante de oração na vida de Jesus. Algumas coisas que os apóstolos fizeram e falaram mostram como eles perceberam estes hábitos de oração. Eles pediram que Jesus lhes ensinasse sobre a oração, porque tinham observado o exemplo dele (Lucas 11:1). A facilidade de Judas em encontrar Jesus mostra que os discípulos bem conheciam a prática dele de se isolar para falar com o Pai (João 18:1-2).

 

Jesus Cristo, a pessoa que mais entendia o valor da comunhão com o Pai, constantemente procurava conversar com ele. Podemos aprender muito do exemplo de oração na vida de Jesus.

 

Em um Dia Muito Difícil, Jesus Orou (Mateus 14)

Para apreciar o exemplo de oração em Mateus 14, devemos primeiro juntar algumas informações sobre o contexto do dia aqui citado. Juntando informações dos vários relatos bíblicos, parece que todas as seguintes coisas aconteceram em pouco tempo, talvez dentro de um período de 24 horas: 

 

1) Jesus recebeu a notícia da morte de João Batista (Mateus 14:12). 

2) Os apóstolos voltaram da sua missão e relataram a Jesus tudo que acontecera (Marcos 6:30). 

3) Tantas pessoas queriam a atenção deles que não conseguiram comer ou descansar (Marcos 6:31). 

4) Saíram para descansar (Marcos 6:31-32). 

5) Outras pessoas os seguiram, e Jesus parou para lhes ensinar (Marcos 6:33-34). 

6) Jesus realizou um dos seus milagres mais notáveis quando alimentou a multidão de 5.000 homens, mais mulheres e crianças (Mateus 14:21). 

7) Depois de mandar os apóstolos na frente e dispersar as multidões, ele subiu um monte para orar (Mateus 14:22-23).

 

Com este entendimento do contexto de um dia difícil e cansativo, podemos ver melhor o significado da noite que Jesus passou orando. À sugestão de Jesus, eles haviam saído para descansar, mas o relato não fala nada de Jesus dormir! Ele ficou no monte até a quarta vigília da noite (entre 3 e 6 horas da manhã – Mateus 14:25). O dia seguinte, também, foi muito exigente. Jesus começou o dia andando sobre o mar e acalmando uma tempestade (Mateus 14:25-32). Depois, ele fez uma pregação difícil e dura que causou o afastamento da multidão (João 6:22,60,66).

 

O que aprendemos deste exemplo? Quando Jesus teve de escolher entre dormir e orar, mesmo estando cansadíssimo, ele orou. O fato de ele procurar um lugar afastado mostra a importância de orações a sós com Deus. E num momento de crise diante da necessidade em tomar uma decisão difícil, Jesus buscou o Pai em oração. Como nós precisamos imitar estes exemplos do Filho de Deus!

 


Antes de Tomar uma Decisão Crítica, Jesus Orou (Lucas 6:12-16)

Os apóstolos teriam a grande responsabilidade de levar o evangelho ao mundo, complementando a missão de Jesus (Marcos 16:14-15; Colossenses 1:24). Antes de escolher os doze, Jesus passou a noite sozinho em oração (Lucas 6:12-13).

 

O que aprendemos? Jesus obviamente considerou importante orar antes de tomar grandes decisões. Como a de Jesus, nossa vida deve ser voltada à vontade do Pai, e assim na oração procuramos alinhar a nossa vontade à dele.

 

Quando Enfrentou Provações, Jesus Orou (Mateus 26:36-46)

Jesus estava em Jerusalém se preparando para se sacrificar na cruz, com certeza a maior provação da vida dele. Enquanto os discípulos dormiam, ele orou. Quando os homens falharam, ele ficou só com o Pai e lhe falou de sua angústia. Ele fez seu pedido, mas reconheceu a necessidade de se submeter à vontade do Pai.

 

O que aprendemos? Mais uma vez, observamos a escolha entre dormir e orar. Os apóstolos dormiram, e logo em seguida fugiram do perigo e até negaram o próprio Senhor. Jesus, porém, enfrentou sua maior provação com um controle que até assustou os homens que vieram prendê-lo (cf. João 18:4-6). Este exemplo de Jesus também ilustra a importância de orar conforme a vontade de Deus (1 João 5:14-15). Deus ouviu a oração de Jesus (Hebreus 5:7) e lhe deu o que seu Filho mais queria – a vontade do Pai foi feita. Quando oramos com a vontade de Deus acima da nossa, todas as orações são respondidas.

 

Jesus Ensinou sobre Oração

Não há dúvida da qualificação de Jesus para ensinar sobre oração. Focalizando dois textos, podemos observar alguns princípios básicos que ele ensinou sobre as conversas dos homens com seu Criador.

 

Uma das coisas mais importantes é de manter o foco em Deus. O propósito da oração não é chamar atenção para si. Devemos falar com Deus e glorificar o nome dele (Mateus 6:5-8). O problema não é orar em público. O erro condenado é a oração para engrandecer o homem.

 

Considerando os exemplos de oração em Mateus 6:9-15 e Lucas 11:1-4, percebemos alguns elementos fundamentais das nossas conversas com Deus. Ele não deu aqui palavras para serem repetidas sem sentido, mas mostrou que as nossas orações devem incluir:

 

1)   Honra para Deus. 

2) Respeito pela vontade de Deus em primeiro lugar. 

3) Entendimento da nossa dependência em Deus pelas necessidades da vida. 

4) Ênfase na comunhão com Deus. Para manter esta comunhão, precisamos pedir perdão pelos nossos pecados (observe a condição dada em Mateus 6:14-15) e precisamos de ajuda para vencer a tentação.

 

Jesus Morreu como Viveu: Em Oração (Lucas 23:46)

É comum morrer como vivemos. Se viver na violência e rebeldia, é provável que morrerá assim. Se viver falando para ajudar, ensinar e edificar, é provável que estas coisas sejam as últimas preocupações da vida. Quando dedicamos a vida para aprender um modo de viver, é pouco provável que vamos escolher outro caminho na hora da morte.

 

Jesus não é exceção a esta tendência. Ele viveu orando, e morreu orando. “Então, Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isso, expirou” (Lucas 23:46). Jesus confiou no Pai até o seu último suspiro.

 

Você gostaria de morrer com uma oração nos lábios? Gostaria de passar desta vida para a eternidade já conversando com Deus? Lembre-se de que as pessoas morrem como vivem. Viva conversando com Deus – falando com ele em oração e ouvindo a palavra dele no estudo das Escrituras – e assim terá a expectativa de morrer em comunhão com seu Criador e Redentor.  

 

Jesus foi Rejeitado pelos Líderes Religiosos

Deus aqui na terra! A vinda de Jesus Cristo ao mundo não foi nada menos do que isso. Deus vivendo como homem no meio dos seres humanos!

 

A presença do Deus de amor no meio dos homens, sem dúvida, seria o suficiente para levar todos à conversão, certo? Como poderia algum mero homem resistir à presença do seu Criador?

 

Mas o apóstolo João afirma: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (João 1:11). Jesus foi rejeitado pelos homens que ele mesmo criou!

 

Rejeitado pelos Líderes Religiosos

Imaginamos que os líderes religiosos seriam as pessoas mais próximas de Deus. Realmente deveriam ser.

 

Pessoas em posições de liderança religiosa frequentemente alimentam estas ideias de uma posição especial, mais perto de Deus. Jesus descreveu tais pessoas como as que “praticam . . . todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens”, se vestem de maneiras especiais, “amam o primeiro lugar” em atividades sociais e reuniões religiosas, e gostam de ser chamados por títulos de destaque (Mateus 23:5-7).

 

Hoje, apesar das advertências de Jesus, muitos homens defendem seus títulos (reverendo, pastor, padre, apóstolo, etc.) e afirmam ter um lugar especial que mereça um respeito maior. É comum ouvir líderes religiosos abusarem da palavra "ungido" como defesa para esconder suas falhas, rejeitando qualquer questionamento ou crítica com afirmações de uma posição isenta de avaliação: “Não toque no ungido de Deus”.

 

Mas, assim como os fariseus e escribas criticados por Jesus, os religiosos que, hoje, roubam e abusam das ovelhas são os reais culpados. São eles que estão “tocando nos ungidos de Deus”, pois a palavra de Deus mostra que todos os cristãos – e não somente os pastores – são seus ungidos (1 João 2:20).

 

Mesmo quando Jesus andava aqui na Terra, sua presença mostrou como estes líderes estavam vazios e longes de Deus. Quando aquele que realmente está cheio da glória de Deus passou perto, a podridão dos hipócritas ficou evidente.

 

Jesus ensinou seus servos a se comportarem de uma maneira totalmente diferente, não agindo para serem vistos por homens, seja nos seus atos de caridade ou nas suas orações (Mateus 6:1-8).

 

Quando o Senhor observou o comportamento dos líderes dos judeus, ele criticou a sua religião por contrariar a vontade do Pai: “Por que transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição? . . . E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição. . . . E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:3-9).

 

Com certeza muitos destes líderes se sentiram ofendidos quando Jesus falou que seriam rejeitados por Deus. Os discípulos perceberam que os fariseus se escandalizaram, mas Jesus não amenizou a sua mensagem. Ele continuou: “Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco” (Mateus 15:12-14).

 

Na sua censura mais forte, Jesus chamou estes líderes de hipócritas e avisou o povo do perigo de os seguir (Mateus 23:8-12).

 

Se Jesus tivesse agido como um político esperto, falando palavras suaves para ganhar o apoio dos homens influentes, se tivesse oferecido para eles posições de influência no seu reino ou se tivesse procurado fazer acordos entre partidos para evitar ofensas, certamente a reação dos líderes teria sido bem mais favorável. Se ele tivesse participado do “clube dos pastores” e respeitado todos como colegas, estes não teriam motivo para se voltar contra Jesus. Mas quando ele falou a verdade sem acepção de pessoas, trouxe sobre si a ira dos religiosos mais influentes.

 

Rejeitado pelo Povo Escolhido

A rejeição pelos líderes conduziu muitas das “ovelhas” de Israel a também rejeitarem o Senhor. Da mesma maneira que observamos hoje, muitas pessoas naquela época tinham receio de contrariar os líderes (João 9:22; 19:38).

 

Os judeus tiveram muitas vantagens em poder conhecer de perto o Deus do universo, recebendo mais informações sobre seus planos e vivendo numa posição privilegiada entre as nações. Mas Jesus viu a rejeição provinda do próprio povo: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mateus 23:37). Anos depois, Paulo também lamentou o fato dos judeus terem rejeitado Jesus (Romanos 9:1-6; 10:3).

 

Rejeitado pelas Multidões

Em várias situações, Jesus foi rejeitado pelas multidões que ouviram suas pregações e presenciaram suas grandes obras. Quando demonstrou seu poder sobre os servos do próprio diabo, os gerasenos não queriam que Jesus ficasse na sua terra (Marcos 5:16-17).

 

Quando Jesus não correspondeu às expectativas materialistas da multidão, pregando sobre temas celestiais para pessoas carnais, o povo o abandonou (João 6:66). E quando chegou o momento de decisão sobre o Filho de Deus que andou no seu meio, a multidão chegou a gritar e insistir na morte de Jesus (Lucas 23:18-23).

 

Exaltado por Deus

Independente da rejeição por parte dos homens, Jesus foi exaltado pelo seu próprio Pai. O salmista havia predito isso: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos” (Salmo 118:22-23). Os povos, os reis e os príncipes poderiam rejeitar o Filho, mas Deus o constituiu Rei (Salmo 2:1-12). Ele foi rejeitado pelos homens, mas aprovado por Deus (Atos 2:22-24; 4:12; 1 Pedro 2:7-8).

 

E Nós? O Que Faremos com Jesus?

É comum, talvez até normal, para os homens se iludir e acreditar que são superiores aos outros que fizeram mal no passado. Os próprios hipócritas condenados por Jesus pensavam assim: “Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!” Mas Jesus disse: “Assim, contra vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas” (Mateus 23:30-31).

 

Devemos fazer uma avaliação pessoa honesta e profunda. O que fazemos com Jesus Cristo? Rejeitamos ou aceitamos? A moda do ceticismo, agnosticismo, ateísmo, humanismo e materialismo da nossa época busca algo mais sofisticado do que a simples fé de uma religião antiga. Não era tão diferente no primeiro século, quando as filosofias e suposto conhecimento dos homens ocultaram a palavra de Deus (1 Coríntios 1:18-25). Mas hoje, como naquela época, esta pedra rejeitada é o único caminho à salvação (1 Pedro 2:4-7).

 

O que faremos? Seremos levados pelas dúvidas de homens cegos, conduzidos pelas ambições de líderes religiosos, ou guiados pela luz do Verbo que se fez carne e habitou entre nós?

O que você fará com Jesus?

 

Conclusão

A melhor conclusão ao ensinamento e exemplo de Jesus sobre a oração vem dos seguidores dele. Os apóstolos entenderam a importância destas lições, priorizando a oração e o ministério da palavra (Atos 6:4). Nós devemos aprender com o exemplo de Jesus e seguir a instrução de Paulo: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17). E assim manteremos a comunicação constante com Deus – começando nesta vida e continuando por toda a eternidade!

Orai e Vigiai!



Fonte:

https://www.estudosdabiblia.net/d184.htm