Raramente um narcisista mudará sua forma de ser. O que você, sim, pode fazer, quando não consiga estabelecer uma distância, é mudar a forma como você interage com ele. Como fazer isso?
Ao longo de nossa
existência, vamos conhecer diferentes tipos de personalidades e
algumas delas são difíceis e problemáticas. Com algumas lidaremos melhor e com
outras pior. É até possível que, em certos casos, não tenhamos outra opção
senão estabelecer distância e romper mais de um vínculo, mais de um
relacionamento que trazia tormentos e problemas excessivos.
Agora, o que fazer naqueles casos em que não nos é possível ficar longe
dessas figuras adversas? É um dos maiores desafios que podemos encontrar; seja
um homem, uma mulher, nosso chefe ou até mesmo nossa mãe, estamos falando de
presenças que não são fáceis de afastar. Isso nos obriga, em muitos
casos, a nos capacitarmos em novas estratégias de enfrentamento e gerenciamento
da hostilidade alheia.
Porque se há um aspecto que devemos entender é que esses perfis não costumam
mudar de atitude e comportamento. Somos nós que teremos que mudar nosso
tratamento com eles para preservar a saúde mental.
A seguir um recurso bem básico que pode servir
como um kit de primeiros socorros.
Os narcisistas exigem admiração e respeito. Retirar totalmente a atenção deles é o melhor que podemos fazer. Envolve parar de nutrir seus egos e necessidades.
A
última coisa que devemos fazer quando nos deparamos com um narcisista é
enfrentá-lo.
Em que consiste a metáfora da pedra
cinza?
Todos nós temos comportamentos narcisistas, mas apenas alguns apresentam
um transtorno de personalidade incluído no DSM-5 (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais ). Ou seja, às vezes,
podemos abusar desse rótulo.
Nem todo aquele que abale nosso espírito com seu egoísmo apresentará um
quadro clínico significativo. No entanto, existem pessoas com transtorno
de personalidade narcisista e estão dentro de um espectro. Ou
seja, haverá perfis mais problemáticos do que outros. Isso pode fazer com que
nos encontremos com pessoas complexas, mas não perigosas. Também com
narcisistas que são muito bem-sucedidos em suas carreiras, mas que no nível
pessoal apresentam comportamentos tão prejudiciais quanto disfuncionais.
Estamos perante uma gama de perfis que se podem materializar num colega
de trabalho, na nossa irmã, no nosso chefe ou naquela professora que está
orientando a nossa tese, etc. Podem chegar inesperadamente em
nossa vida, atrapalhá-la, colocá-la em xeque e ter que desenvolver, sim ou sim,
alguma estratégia diária de salvação. Essa com o qual nos
manter à tona nos contextos em que a interação é necessária. A metáfora da
pedra cinza é uma ótima ferramenta.
Vamos tentar manter nossas interações com os narcisistas neutras. Mostremos indiferença às suas demandas e apelos por atenção. Dessa forma, eles perderão o interesse em nós e procurarão alguém diferente para usar.
1. A pedra cinza ou a força da
neutralidade
A metáfora da pedra cinza visa nos manter fortes na indiferença,
sem em nenhum momento reforçar as necessidades do narcisista.
Para termos uma ideia rápida, vamos pensar no que vem à mente quando imaginamos
uma simples pedrinha cinza em uma estrada ou no fundo de um rio. É mais um
elemento que passa despercebido.
Os narcisistas precisam de “suprimentos” do entorno que os rodeia. Ou
seja, querem nossa atenção, criar drama, conflitos e ser o centro de todas as
circunstâncias. O que faremos é ser essa superfície
neutra e resistente na qual eles não podem ser refletidos; assim,
eles também não poderão nos usar, pois atuaremos como validadores.
2. “Atingir” o sentido do direito narcisista
Uma característica que
define todos os narcisistas é o sentido do direito, ou seja, eles acham que
todos “devem” alguma coisa a eles. Essa percepção é um viés originado na
infância, seja por uma criação cheia de atenção excessiva ou talvez o
contrário, por grandes deficiências. É comum que cresçam com a ideia de que a
função dos outros é servi-los, dar-lhes privilégios em qualquer aspecto.
Uma pesquisa da
Universidade de Wollongong, na Austrália, destaca o que significa viver com
alguém que precisa de outras pessoas para reforçar esse anseio por “grandeza”.
A metáfora da pedra cinza nos propõe a agir (atingir) seu sentido do direito de
maneiras muito sutis, mas eficazes.
· Vamos tratá-los como os
demais, negando-lhes qualquer concessão ou exigência que signifique colocá-los
acima dos demais.
· Diremos
respeitosamente a eles que lamentamos desapontá-los por não atender às suas
demandas, mas essa sempre será nossa
posição.
· Vamos estabelecer
nossos limites com firmeza, mas
devemos ter em mente que um narcisista sempre tentará contorná-los. Para isso,
permaneçamos indiferentes às suas críticas, suas brincadeiras e suas
manipulações para manter essas barreiras de contenção.
· Demonstrar que sua presença e
suas palavras não significam nada para nós é uma forma de atingir seu sentido
do direito.
· Vamos manter as interações breves e assertivas com essas pessoas.
A metáfora da pedra
cinza nos propõe que sejamos firmes em nossa posição (nos fortificarmos) de
indiferença para que o comportamento narcisista não cresça e assuma poder sobre
nós.
3. Frieza e não
reação, a rocha que permanece firme
Uma
estratégia que devemos lembrar o tempo todo é não antagonizar com o narcisista. Porque
fazer isso também lhes dá poder. Afinal, esses tipos de figuras adversas se
alimentam tanto da admiração alheia quanto do confronto.
No momento em que enfrentamos e reagimos com raiva, mostramos que eles têm influência sobre nós. A
metáfora da pedra cinza transmite a imagem de uma superfície fria, firme e
sólida.
O melhor a fazer é não reagir, ficar frio diante de suas ações para que percam o interesse por nós. Mais cedo ou mais tarde, procurarão outra vítima para usar.
Com
os narcisistas é melhor manter interações breves e respeitosas.
A importância de desviar a atenção
A técnica da pedra cinza visa desviar o
comportamento narcisista para outro lugar, desviando nossa atenção dele.
Demonstrar-lhe que não somos um alvo interessante para ele, que ele não
conseguirá de nós os reforços de que precisa. Isso significa que teremos 100%
de sucesso com essa ferramenta? A resposta óbvia é não.
A personalidade narcisista é imprevisível, caótica
e exigente. São perfis às vezes
muito patológicos diante dos quais é difícil ter à mão a
melhor armadura para nossa proteção. A proposta aqui descrita pode funcionar
como ponto de partida, como um salva-vidas diário.
Porém, se essa presença contorna
linhas antiéticas e morais, não hesitemos, optemos por respostas mais drásticas
como o distanciamento obrigatório. Às vezes, nossa saúde mental é
mais importante do que manter um emprego ou se relacionar com um membro da
família.
Fonte:
https://amenteemaravilhosa.com.br
0 comentários:
Postar um comentário