É preocupante. Sem se sentirem representados nem pela esquerda, nem pela direita, jovens entre 20 e 30 anos se organizam para criar legendas da ‘nova direita`, a exemplo nos novos conservadores norte-americanos. Pelo menos três legendas tentam se viabilizar no Brasil: o Partido Federalista, os Libertários (Líber) e o Partido Novo.
Segundo o jornal O Globo, em comum, eles defendem a redução de impostos e as privatizações. Também veem o Estado brasileiro como “grande, oneroso, ineficiente e paternalista”. Ressentem-se, ainda, da presença da esquerda no ambiente político. O perfil de apoiadores varia de conservadores religiosos, simpatizantes do monarquismo parlamentarista, nacionalistas a liberais.
Um tema caro a esta “nova direita” é a descentralização administrativa e a gestão eficiente do Estado. Retoma, também, a tese furada do Estado mínimo, tão acalentada pelos tucanos no passado. Para os jovens da neo-direita, quando muito, o Estado deve cuidar apenas da segurança, do ordenamento jurídico e, com favor, alguma coisa de saúde.
Em busca da legalização
De acordo com o levantamento de O Globo, os Federalistas já teriam quase 100 mil assinaturas — são 500 mil necessárias para a legalização de uma legenda junto ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE). O Novo, por sua vez, contaria com cerca de 30 mil assinaturas registradas em cartório e outras 180 mil prontas para serem entregues.
Para o filósofo e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Denis Rosenfield, ouvido pela reportagem, existe o anseio por um partido de direita moderno no Brasil. “Uma legenda que defenda a livre iniciativa, a liberdade de escolha, o direito à propriedade. Mesmo o Democratas ficou no meio do caminho nesses pontos", avalia.
Populismo, fisiologismo e patrimonialismo
O que dizer sobre a tentativa de criação de novos partidos de direita? Nada mais velho e nada mais novo. São cópia Xerox da direita norte-americana que assume aquilo que o DEM - e mesmo setores do PSDB - não tem coragem de dizer. Mas que praticam assim que chegam ao governo, misturando populismo com o fisiologismo e patrimonialismo, tão caro à nossa velha direita.
Enfim. É um direito desses jovens querer constituir partidos que os representem verdadeiramente. É algo totalmente legítimo.
zedirceu.com.br
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