Agora o pior são aqueles que roubam e
não fazem mais nada!
O
bordão “rouba, mas faz” surgiu na política brasileira na década de 50
quando os cabos eleitorais do político Adhemar de Barros tentavam defendê-lo
dos adversários que o acusavam de ser ladrão. Até hoje essa frase é repetida
por milhares de pessoas para justificar o voto em candidatos fichas-suja,
corruptos, desonestos ou descomprometidos com a res
pública.
Este
ano, o “Índice de Percepção da Corrupção” mediu os níveis de corrupção no setor
público em 168 países. No ranking, o Brasil ocupa o 76º lugar, colocação pior
que na edição anterior, talvez por conta dos casos recentes envolvendo a
Petrobrás. Em meio a tantos escândalos de corrupção, “Mensalão”, “Petrolão”,
“Lava Jato”, delações premiadas, condenações, instabilidade entre os
poderes e pedidos de impeachment, instalou-se uma grave crise política no país.
Mas
muita gente pergunta: o que a crise de governabilidade tem a ver com a
corrupção? E nós respondemos: tudo! Nas democracias, a estabilidade no país se
constrói com respeito entre os poderes e entre governantes e governados. O
cidadão, precisa ter confiança nas ações de seus representantes. Quando o
eleitor acredita que não há candidatos honestos, capazes de realizarem uma
gestão proba e vota naquele que acha que “vai roubar menos”, ele está
fortalecendo a corrupção e agravando a crise institucional que vivenciamos hoje.
Não
podemos mais aceitar que um político ou qualquer autoridade cometa crimes e por
estes não sejam punidos, mesmo que se tenha resultados concretos com sua ação
ou omissão, pois um crime merece a imediata reprimenda social e quando esta não
vem, temos a impunidade como mote para cometimentos de outros num círculo
vicioso e pernicioso, em que a própria população inverte os valores.
Ruy Barbosa afirmou certa vez que "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver
prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver
agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da
virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” Embora respeite esses versos e tê-los
infelizmente como reais, não podemos nunca desanimar, nem ter vergonha da
honestidade e a nossa luta é justamente para mudar a realidade neles descrita.
Devemos,
sempre, combater todas as formas de corrupção e aqueles que lançam mão da coisa
pública em interesse próprio devem sempre ser punidos, independentemente do
resultado. Através das nossas ações, devemos exigir dos nossos representantes
transparência, comprometimento, respeito, integridade e retidão, que se
encontram presentes nos princípios de todo administrador público e quando se
violam tais caracteres, a aceitação nunca pode prevalecer.
Essa
aceitação, mesmo que tácita, é algo que precisa ser combatida e a realidade que
precisamos mudar depende de uma postura de indignação com qualquer ato
criminoso, pois só assim teremos a esperança de que tudo que estamos vendo hoje
seja no futuro um passado para ficar somente na história e nunca mais prevalecendo
como hodiernamente, de modo que as futuras gerações possam se orgulhar do passo
dado e concretizado em posturas objetivas de não se resignar com atos
criminosos, pois estes são e sempre serão errados, não podendo ser convalidados
nunca.
Agora
o pior de tudo é que estamos em outra fase também, a que rouba e não faz mais!
Fonte:
http://joseherval.jusbrasil.com.br/artigos/406870975/a-politica-do-rouba-mas-faz-precisa-finalmente-ser-superada?utm_campaign=newsletter-daily_20161121_4384&utm_medium=email&utm_source=newsletter
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