expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Economia da cultura: independência ou morte


O que significa produzir arte e cultura de maneira independente, num mundo tomado pela influência dos grandes conglomerados? Para um número cada vez maior de artistas-empreendedores, produzir sua obra fora da sombra das grandes marcas, do poder financeiro e dos governos, é questão de sobrevivência ética.

Estamos em meio a um processo de discussão de dois instrumentos importantíssimos que, se aprovados, darão respiro à produção independente no Brasil. O primeiro é a PLC 116, que garante espaço nas tevês para produtores audiovisuais independentes. O outro é o Procultura, que determina um percentual específico do investimento para a produção independente. Com isso, as grandes corporações até poderão investir em seus institutos e fundações, bem como em projetos do mainstream, mas terão de destinar uma parte do bolo aos independentes.

Esses dois dispositivos teriam a capacidade de alterar a realidade de quem luta por espaço num mercado cada vez mais estrangulado pela força dos grandes. Mas abre um debate importantíssimo sobre a definição de produção independente.

Não existe resposta fácil para essa pergunta. Em tese, produtor independente é aquele empreendimento desatrelado de conglomerados de mídia e entretenimento, capazes de potencializar sua performance empresarial por força e poder do grupo a que pertence. Um bom exemplo disso é a Globo Filmes, que não gozaria da posição privilegiada no mercado, não fosse o poder da Globo, com suas TVs, rádios, jornais e revistas, oligarquias regionais, Congresso Nacional.

Não podemos considerar empresas conduzidas por diretores desses grandes conglomerados como empresas independentes, se a fonte de recursos que as mantém são provenientes de grupos empresariais. O mesmo podemos dizer de institutos e fundações ligadas a empresas. Sua subordinação à corporação já determina seu caráter não-independente. Órgãos públicos e de economia mista, obviamente são inclassificáveis como independentes.

Mas a discussão não se encerra. O que podemos dizer de um coletivo de arte, uma cooperativa, um ponto de cultura, ou um grupo que mantém sua atividade exclusivamente com dinheiro público? É possível classificar como independente um empreendimento cujas contas são pagas exclusiva ou quase exclusivamente pelo governo? O tamanho do empreendimento, seu volume de faturamento, são determinantes nessa classificação?

Independência significa liberdade de criar, propor ações, conduzir processos, sem estar subordinado a agendas pré-determinadas por investidores, patrocinadores e editais. Isso só é possível com uma variedade de fontes que garanta diálogo com diversas esferas da sociedade e sistemas de poder.


A importância de uma cultura bem formada de um país não pode somente ser reduzida às questões de identidade nacional. As dimensões da economia cultural têm que ser cada vez mais levado em consideração quando se quer entender o nível de desenvolvimento nacional e internacional desses tópicos. Para que os produtos culturais como a música, os esportes, comida, negócios, literatura, etc., sejam bem-sucedidos, é necessário que eles sejam aprovados globalmente. Quando algo de um país passa a ser conhecido, o país passa a ter rendas econômicas por causa desses produtos.

O que é cultura?
Cultura é o conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social. São as formas ou etapas evolutivas das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais (de um lugar ou período específico). A cultura se refere ao depósito cumulativo de conhecimento, experiências, crenças, valores, atitudes, objetos materiais, etc., por um grupo de pessoas no curso das gerações através de batalhas individuais e grupais.

O que é desenvolvimento econômico?
É o aumento na quantidade de pessoas na população nacional com baixo crescimento sustentável, de uma economia de baixa-renda para uma moderna economia e de alta-renda. Dois aspectos que contribuem para o desenvolvimento econômico através dos aspectos culturais são:

Globalização
Há muitas definições para globalização, mas, de forma geral, refere-se sobre um maior movimento de pessoas, bens, capital e ideias devido à integração econômica que é impulsionada por trocas e investimentos internacionais. É como se fosse viver em um mundo sem fronteiras.

Modernização
A modernização se refere a uma transição de uma sociedade ”pré-moderna” à uma sociedade moderna. Ela se refere ao processo no qual as sociedades crescem através da industrialização, urbanização e outras mudanças sociais que transforma completamente a vida dos indivíduos.

O desenvolvimento econômico pressupõe não apenas a existência de instituições formais com direitos provados e regras e leis, nas quais compradores e vendedores podem trocar mercadorias em um mercado, mas também pressupõe certas normas e valores sociais que promovem a troca, poupanças e investimentos. Assim, há uma dimensão cultural no processo econômico. As questões culturais têm tido uma grande variedade de definições, mas ela será usada aqui, para significar o compartilhamento informal de valores, normas, comportamentos que caracterizam as sociedades humanas.

Comportamento cultural e econômico
Em geral, a cultura tem afetado o comportamento econômico em pelo menos quatro maneiras:
1. através do impacto na organização e produção;
2. através das atitudes diante do consumo e do trabalho;
3. através da habilidade de criar e administrar instruções;
4. através da criação de redes sociais.

A cultura realmente importa nas questões de desenvolvimento econômico e governamental, desenvolvimento das instituições de assistência. A inclusão de análises e mudanças culturais na já pronta mistura de política e projetos, pode significar a aceleração do ritmo do desenvolvimento econômico.


Fonte: cultura e mercado

0 comentários: